Os mares ecoam o universo
espelham o silêncio
atravessam o infinito
traduzem-nos o resultado
em forma e em cor.
A sua música é um espelho do universo.
Mares vazios
Mares sem barcos
Mares cheios de si.
Um dia serão marés
um dia tocarão o humano
para lhe anunciar tudo
sem lhe dizer nada.
Um dia serão tudo novamente.
Silêncio cheio
Porque ninguém o ouviu.
Quanto tempo suportaremos
um tempo de mares sem navios à vista?
Um tempo de tempos infinitos
Sem espaço nem devir
Sem marés nem recados
Um tempo só com tempo
Um silêncio que está cheio
Um silêncio não vazio
Som do universo
Quanto tempo suportaremos o infinito?
Não há tempo que suporte
Não há humano sem tempo.
—
Ivo Aguiar
Sobre o Autor
Ivo Aguiar
Leitor omnívoro. Escritor independente. Filosofia, Poesia e Arte em Geral.