O infinito não abrange apenas a totalidade
do espaço
Infinito e totalidade são sinónimos cosmológicos
que a sintaxe separou
O infinito abrange a totalidade do espaço,
do tempo
e da consciência que dá corpo e alma
ao tempo e ao espaço no humano
Na totalidade do infinito não há escolhas,
não há opções, não há possibilidades…
A escolha é uma categoria demasiado humana.
Liberdade, terra sagrada para todos nós
escritores e leitores,
humanos e menos humanos
algum dia atingiremos o território dos
demasiado humanos?
Liberdade… exercício (in)sondável
de todas as escolhas,
possíveis e impossíveis.
Quem não é livre não escolhe,
Mas quem escolhe, é livre?
Quantas opções tem um humano de deliberar para ser livre?
Só escolhe quem não pode abraçar a totalidade.
Na totalidade do infinito não há escolhas.
Mas abraçar a totalidade é um exercício perigoso.
A escolha é um resultado directo da nossa finitude.
Da finitude da nossa existência.
Se existíssemos infinitamente, fora de nós,
nunca escolheríamos.
A vida seria apenas
o cumprimento da totalidade em nós.
Escolhemos para sermos humanos.
Somos demasiado humanos porque escolhemos.
Quando escolhemos ganhamos ou perdemos?
Toda a escolha é uma inclinação sobre perdas e não sobre ganhos.
Escolhemos para perder o menos possível,
nunca para ganhar o mais possível.
Quem já abraçou a totalidade?
Quem já quebrou as fronteiras da linguagem e sobrevoou
o mapa infinito do infinito dentro e fora do humano?
Quem é demasiado humano: o que abraça a totalidade
ou o que é simplesmente humano?
Humano… demasiado humano é aquele
que percebe que a totalidade e o infinito
não estão fora do humano.
O Infinito é apenas uma morada instalada
na consciência de cada um.
—
Ivo Aguiar
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Sobre o Autor
Ivo Aguiar
Leitor omnívoro. Escritor independente. Filosofia, Poesia e Arte em Geral.