Homem, mundo, poesia e linguagem
“É com a linguagem que somos, pensamos, vivemos. Não há nada de mais básico em nós. É com ela com nomeamos o mundo e o construímos (e o desconstruímos, ou desfazemos) à nossa medida. Mas a linguagem também pode ser uma barreira entre nós e o mundo… Tudo o que temos é por intermédio da linguagem. E, nesse sentido, a poesia pode ser uma forma de resgatar a linguagem, de a torcer e bater, transformando-a em outra coisa qualquer, desorganizando-a. É como se, com a poesia, fosse possível cruzar a barreira de fumo que a linguagem impõe.”
As palavras são de Rita Taborda Duarte em entrevista a Luís Ricardo Duarte, na edição 1380 do JL a propósito da apresentação do seu livro de poesia Não Desfazendo, Imprensa Nacional.
A poesia como forma de cruzar a barreira de fumo que a linguagem impõe perante o real! Imagem feliz que nos permite expressar a relação que a poesia trespassa não apenas aquando do acto de criação, mas também, com o acto de “apreensão” ou leitura (relação estética com a obra).
Tópicos interessantes e que poderão servir de estímulo à leitura tranquila desta obra:
- A poesia como libertação da linguagem
- A poesia como forma de encurtar a distância entre nós e o mundo
- Da poesia não se podem extrair narrativas restritas
- Não se podem fazer resumos de poemas
- O poema é uma metamorfose, motivo único de transformação
- A multiplicidade dos sentidos é tudo o interessa na poesia.
Podemos concluir que a Poesia é a mais pura Aporia.
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Ivo Aguiar
Sobre o Autor
Ivo Aguiar
Leitor omnívoro. Escritor independente. Filosofia, Poesia e Arte em Geral.