As palavras são sempre de veludo

As palavras num poema são sempre de veludo
e, mesmo assim,
penso-as como [metal fundente].
As palavras num poema são sempre de veludo
e, mesmo assim,
penso-as como [perfis ardentes].
As palavras num poema são sempre de veludo
e, mesmo assim,
penso-as como [hélices que andam].

Entre mim e a palavra está um todo
onde por vezes não cabe aquilo que é dito

Entre mim e a palavra está um vazio
que por vezes transcende aquilo que já foi escrito

Uma palavra é sempre uma palavra,
mas, num poema,
uma palavra não é apenas uma palavra.

Num poema uma palavra é, quase sempre,
a palavra.


Ivo Aguiar
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Sobre o Autor

Ivo Aguiar

Leitor omnívoro. Escritor independente. Filosofia, Poesia e Arte em Geral.

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