Paro e apenas olho
Esforço-me por não ver
Apenas para sentir o olhar
A sombra cresce
O vento desce
O som desvanece
A luz emagrece
A gaivota voa
A madrugada tarda
E o silêncio teima
De repente estamos todos
De repente ninguém
Não há homem
Não há pensamento
Apenas uma luta absoluta entre o Nada e o Infinito
Restam apenas os ecos entre estas duas distâncias
Por vezes somos tudo
Por vezes nada…
Outras transcendemos pensamento infinitos
Quase sempre uma soma de nadas
Num só instante temos tudo e nada
no outro apenas
o vazio absoluto entre dois nadas.
—
Ivo Aguiar
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Sobre o Autor
Ivo Aguiar
Leitor omnívoro. Escritor independente. Filosofia, Poesia e Arte em Geral.