Leituras
e os demais devaneios hermenêuticos…
Declaração de princípio. Quando iniciei este projecto de arquivo pessoal, as Aporias do Nada, tentei ser o mais significativo e explícito possível: um local para abordar temas de sempre, longe do estilo jornalístico e da divulgação da actualidade. Assistir à publicação de um pequeno ensaio cujo título se baseia na Nova Ordem Mundial (2025-...) parece,...
Fernando Grade, o maldito desconhecido (1943-2024) Estreou-se na literatura aos 19 anos com Sangria e faleceu em Junho de 2024, com 81 anos, e num quase completo anonimato. São praticamente nulas as referências a este excêntrico poeta não apenas ao nível geral da cultura como também ao nível do universo específico da crítica e divulgação...
10. Ardes-me no peito onde a custo o meu amor perpassa, e vai até às loucuras do corpo e às agruras da alma. Ardes-me no minuto, no segundo, na hora amaciada por olhos entrevistos, ardes-me no sangue obstruído e na certeza muda que me diz que o coração existe. 16. Troco-me por ti. Na brasa...
NUNO JÚDICE (1949-2024) Abro-te a porta do poema; e tu espreitas para dentro da estrofe, onde um espelho te espera. NJ, A pura inscrição do amor, 2018 A poesia de Nuno Júdice abre-nos uma janela infinita de reflexão filosófica onde o ser-no-tempo é, simultaneamente, um ser-para-a-morte. Judice propõe-nos uma poesia como auscultação do ser enquanto...
O Quarto Vazio Juan Vicente Piqueras apresentou na 25ª edição das Correntes d’Escritas, o seu segundo livro de poesia publicado em Portugal, com o nome O Quarto Vazio, depois de, na mesma editora, ter publicado em 2016 uma antologia de poemas com o título Instruções para Atravessar o Deserto. O livro inicia-se com um poema...
Deus na escuridão do homem Valter Hugo Mãe (VHM) dá-nos a conhecer a sua obra mais recente, Deus na escuridão, tendo-a como mote para uma reflexão pertinente sobre a arte e a vida em geral na sua relação com o mundo que nos rodeia. Na sua crónica quinzenal no JL, a sua obra, e a...
Homem, mundo, poesia e linguagem “É com a linguagem que somos, pensamos, vivemos. Não há nada de mais básico em nós. É com ela com nomeamos o mundo e o construímos (e o desconstruímos, ou desfazemos) à nossa medida. Mas a linguagem também pode ser uma barreira entre nós e o mundo... Tudo o que...
Do nada, nada deve ser dito. Vamos contrariar e começar por dizer, desde já, alguma coisa. Do nada ao Ser há um devir mediado pelo humano, pela linguagem no humano. Pela linguagem, o nada é resgatado do silêncio e entra no domínio do Ser. Aqui, o nada evoca-se em Ser sob a forma de Aporias....